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quinta-feira, 5 de março de 2009

A sua historia

Em 28 de Fevereiro de 1904, um grupo de ex-alunos da Real Casa Pia de Lisboa (24 elementos de onde se destacava a figura de Cosme Damião), criou, nas traseiras da Farmácia Franco, na zona de Belém, o Sport Lisboa (com uma única secção, a de futebol). Nessa reunião histórica, ficou definido que o novo clube jogaria de vermelho e branco e que teria no emblema uma águia e o moto “E Pluribus Unum”.
O primeiro campo de jogos foi na Quinta da Feiteira, mas os tempos eram difíceis. Devido a problemas financeiros, vários jogadores da primeira equipa abandonaram o Benfica para o mais abastado Sporting, o que contribuiu para a fusão do Sport Lisboa com o Grupo Sport Benfica (que tinha como prática o Ciclismo), levando à origem do actual emblema (com a introdução da roda de bicicleta) e o nome definitivo: Sport Lisboa e Benfica, na data de 1908, a real data de fundação do Clube.
Contudo, as dificuldades mantêm-se. Nestes primeiros tempos, o Benfica salta de campo em campo: Em 1913 muda-se para Sete Rios, mas devido à elevada renda, quatro anos depois o clube vê-se obrigado a mudar para o campo de Benfica, onde em 1919 efectua, pela 1ª vez em toda a península ibérica, jogos nocturnos. Em 1925 o Benfica compra uns terrenos nas Amoreiras e fica pela 1ª vez proprietário de um estádio, com capacidade para 15.000 espectadores. É neste estádio que o Benfica conquista os primeiros títulos nacionais.
Entretanto, já o Benfica tinha criado as secções de Hóquei em Patins, Hóquei em Campo, Râguebi, Basquetebol, Andebol, Bilhar e Voleibol.
Os primeiros campeonatos nacionais de futebol arrancam em 1935 e após perder a 1ª edição, o Benfica vence as 3 seguintes entre 1936 e 1939. Em 1940 o Benfica vence a sua primeira Taça de Portugal.
No ano seguinte, o Benfica volta a mudar-se, desta vez para o Campo Grande. É neste campo que o Benfica luta contra o domínio do Sporting. Na década de 40, o Benfica é apenas campeão por 3 vezes, em 1942, 43 e 45, e conquista a Taça de Portugal em 4 ocasiões: 1940, 43, 44 e 48.
Contudo, em 1950 o Benfica atinge o seu 1º grande feito internacional com a conquista da Taça Latina. Após ultrapassar a Lazio nas meias-finais, o Benfica defronta o Bordeús de França na final e depois de um empate a 3 bolas, o jogo é repetido uma semana mais tarde e aí o Benfica acaba por ganhar por duas bolas a uma, com o golo decisivo a ser marcado, após dois prolongamentos, no minuto 146. O clube encarnado é o único clube português a ter vencido esta competição.
Em 1954 chega um momento vital na História do clube: com a larga contribuição de muitos associados e simpatizantes, o Benfica inaugura o Estádio da Luz, de princípio com capacidade para 30.000 espectadores, onde jogaria até 2003.
Finalmente com campo próprio e com a chegada de Otto Glória que introduz o profissionalismo em toda a estrutura encarnada e treinos inovadores em Portugal, o Benfica começa a fazer frente ao domínio sportinguista. Em 54/55 o Benfica conquista o campeonato, após 4 anos com o Sporting a terminar sistematicamente campeão. Em 1957 o Benfica faz a 3ª dobradinha da sua História e participa pela 1ª vez na Taça dos Campeões Europeus.
A nível de modalidades, é de destacar a importância de José Maria Nicolau, vencedor de duas edições da Volta a Portugal na década de 30 e que de camisola encarnada espalhou a admiração pelo clube a todo o país.
Na decada de 60,Para a nova década, foi acrescentado um 3º anel (embora incompleto) ao estádio da Luz, aumentando a capacidade para 80.000 espectadores, ao mesmo tempo que chegava para treinador, vindo do rival FC Porto, um Húngaro que teria um impacto imediato: Béla Guttmann.
O Benfica sagra-se campeão nacional em 59/60 e 60/61, mas mais do que isso, atinge pela 1ª vez na sua História a Final da Taça dos Campeões Europeus (TCE), em 1961, onde defronta o Barcelona. Num jogo bastante emotivo, os encarnados vencem por 3-2 e conquistam a sua 1ª taça europeia.
No ano seguinte, o Benfica não vai além do 3º lugar no Campeonato, em grande medida porque se concentra em nova aventura europeia (pelo meio vence também a Taça de Portugal), atingindo de novo a final da TCE. Já com Eusébio na equipa, o Benfica recupera de 2 desvantagens no marcador, para vencer por uns sensacionais 5-3 o Real Madrid, com 2 golos do Pantera Negra. O Benfica sagrava-se bicampeão da Europa.
Contudo, no final desta partida Béla Guttmann resolve sair do Benfica e lançar a famosa maldição: “Nos próximos 100 anos, o Benfica não voltará a ser campeão europeu". O que é certo é que desde então nunca mais o Benfica venceu uma final europeia, apesar de ter marcado presença em várias.
Já com novo treinador (Fernando Riera), o Benfica recupera o título de campeão em 62/63, ao mesmo tempo que atinge novamente a final da TCE. Mas desta vez sai derrotado, por 1-2 frente ao AC Milan, tendo uma lesão de Mário Coluna a meio do jogo sido fulcral para o desfecho.
Na época seguinte, o Benfica faz o pleno doméstico, com campeonato e Taça de Portugal (vitória de 6-2 na final frente ao FC Porto) e em 64/65 chega ao tricampeonato. Pela 4ª vez nos últimos 5 anos o Benfica apresenta-se em nova final da TCE (tendo, no percurso para a final, alcançado uma memorável vitória sobre o Real Madrid por 5-1), mas mais uma vez sai derrotado. Defrontando o Inter de Milão em San Siro, o Benfica perde por 1-0, ficando famoso o frango de Costa Pereira e a lesão do mesmo, minutos depois, obrigando o Benfica a jogar grande parte da partida com 10 elementos e Germano na baliza.
65/66 revela-se a única temporada da década de 60 sem títulos para o futebol do Benfica, mas na época seguinte o título de campeão nacional regressa à Luz. Em 67/68 chega o bicampeonato e a 5ª presença na final da TCE em 8 anos. Encontrando o Manchester United em Wembley, o jogo termina empatado a 1 bola, mas no prolongamento os ingleses marcam 3 golos e vencem por 4-1. Eusébio teve uma oportunidade de ouro no minuto 90 para vencer a Taça para o Benfica, mas não conseguiu transpôr o guarda-redes do Manchester.
Em 68/69 o Benfica faz mais uma dobradinha. A final da Taça de Portugal é vencida frente à Académica de Coimbra, num encontro marcado por grande importância política, devido à oposição dos estudantes ao regime ditatorial.
Nas modalidades, o Hóquei em Patins e o Basquetebol destacam-se ambos com 6 campeonatos conquistados. Nesta década o Benfica vence por 3 vezes a Volta a Portugal.
Na decada de 70, Após mais uma Taça de Portugal em 69/70 (vitória na final sobre o Sporting por 3-1), em 1970 chega ao Benfica um treinador inglês, Jimmy Hagan, que impulsionaria o clube para 3 anos de ouro. Em 70/71 o Benfica recupera de uma grande desvantagem no campeonato, para o vencer em grande estilo, ao passo que na época seguinte junta a Taça de Portugal ao campeonato. A final revelou-se uma das mais emotivas de sempre, com o Benfica a vencer o eterno rival Sporting por 3-2, no prolongamento, com um hat-trick de Eusébio. Também na europa o Benfica brilha, com especial destaque para uma vitória de 5-1 sobre o Feyenoord, mas a caminhada europeia terminaria nas ½ finais da TCE, aos pés do Ajax de Johan Cruyff.
Em 72/73 o Benfica torna-se no campeão mais perfeito da História do futebol Português. 28 vitórias, 2 empates, 0 derrotas, 101 golos marcados, apenas 13 sofridos. O 1º campeonato invicto da História do futebol Português.
Contudo, Jimmy Hagan abandona o Benfica no início da época seguinte, e em 73/74 o Benfica nada vence. Dá-se entretanto a Revolução dos Cravos, o que traz implicações para o clube encarnado: perde as colónias como campo de recrutação (recorde-se que o Benfica apenas utilizava jogadores Portugueses) e as dificuldades económicas que atingem o país, também afectam o Benfica que é pela 1ª vez obrigado a vender os seus melhores jogadores para o estrangeiro. De qualquer maneira, o Benfica atinge o 4º tricampeonato consecutivo entre 1975 e 1977, atingindo a impressionante soma de 14 campeonatos em 18 anos.
Contudo, entre 1978 e 1980 o Benfica fica 3 anos sem vencer o campeonato. Em 77/78, apesar de fazer novo percurso invicto, perde o título para o FCPorto por diferença de golos; em 78/79 fica a 1 ponto da liderança; e em 79/80 termina na 3ª posição.
Tal sequência de maus resultados, terá contribuído para a decisão dos sócios de permitir que o Benfica passasse a poder contratar jogadores estrangeiros. E curiosamente é um deles, o Brasileiro César, que marca o solitário golo na vitória na final da Taça de Portugal sobre o FC Porto, que marca o regresso do Benfica às conquistas.
Entretanto, nas modalidades, são inauguradas as piscinas e o pavilhão Borges Coutinho e no voleibol feminino fica famosa a equipa conhecida como “As Marias” que vence 9 Campeonatos consecutivos entre 1966 e 1975.
Na decada de 80,O Benfica abriu a década de 80 com novo pleno nacional: Campeonato, Taça de Portugal (3-1 ao FCPorto na final) e a Supertaça Cândido de Oliveira, pela 1ª vez na História do clube.
Contudo, a época seguinte foi negativa, o Benfica nada venceu e era chegada a altura de escolher novo treinador. E da Suécia chegou um jovem treinador chamado Sven Göran Eriksson que iria revolucionar o futebol benfiquista e por extensão o futebol Português. Com métodos novos e modernos para a época, e apoiado por um conjunto de grandes jogadores, o Benfica faz nova temporada de ouro. Conquista o campeonato, a Taça de Portugal (1-0 novamente ao FC Porto, jogo disputado no…estádio das Antas) e chega à final da Taça UEFA. Contudo, a tripla é falhada, pois o Benfica perde por 1-2 para o Anderlecht no total das duas eliminatórias.
Na época seguinte, chega o bicampeonato e Eriksson parte para a AS Roma. O pós Eriksson revela-se, contudo, difícil e o Benfica falha os títulos de 84/85 e 85/86. Mas não falha nos outros troféus já que conquista neste período as 2 edições da Taça de Portugal em disputa (3-1 ao FC Porto; 2-0 ao Belenenses nas finais) e mais uma Supertaça Cândido de Oliveira. Entretanto, o 3º anel do estádio da Luz é fechado, aumentando a capacidade para uns impressionantes 120.000 lugares.
Em 86/87, o Benfica sofre a maior goleada de sempre aos pés do Sporting (1-7), mas vinga-se meses depois com uma vitória sobre o eterno rival que lhe dá o campeonato e outra na final da Taça de Portugal (2-1), conquistando assim a dobradinha pela 9ª vez na sua História. O Benfica vencia a prova rainha pela 3ª vez consecutiva e a 6ª nos últimos 8 anos.
Em 87/88, o Benfica falha o bicampeonato, mas volta a brilhar na Europa, atingindo 20 anos depois de Wembley’68, a final da TCE. Num jogo muito renhido, o Benfica acaba por perder a final nas grandes penalidades para o PSV.
No ano seguinte o Benfica recupera o título de campeão e em 89/90, já com Eriksson de volta, para além de mais uma Supertaça, o Benfica atinge novamente a final da TCE. Só que mais uma vez, volta a perder, desta vez para o AC Milan por 1-0.
Nas modalidades, arranca, nos finais da década a hegemonia do basquetebol que duraria até meios da década de 90.
Na decada de 90, O Benfica arranca a nova década com um campeonato quase perfeito (32 vitórias, 5 empates e apenas 1 derrota), em que o título foi assegurado com uma épica vitória nas Antas, por 2-0, com ambos os golos a serem marcados já perto do fim, por César Brito.
Contudo, 91/92 revela-se uma época sem títulos, com apenas um ponto alto (uma vitória sobre o campeão inglês Arsenal, em Highbury, por 3-1, para uma eliminatória da TCE) e Eriksson abandona novamente o clube.
Na temporada seguinte, o Benfica tem uma equipa cheia de talento, mas falha novamente o título. Vinga-se na Taça de Portugal, derrotando na final o Boavista por uns sensacionais 5-2. E no ano seguinte, chega ao 30º Campeonato da sua História, com o título a ser praticamente assegurado com uma esmagadora vitória por 6-3 no campo do Sporting.
Contudo, este ano marca um ponto de viragem, já que as dificuldades económicas, e as constantes más escolhas de presidente, treinadores e jogadores, levam o Benfica a entrar numa crise financeira e desportiva profunda, que dura de certa maneira até aos dias de hoje.
Em 94/95, o Benfica não vai além da 3ª posição no campeonato e em 95/96 fica-se pelo 2º lugar. Contudo, esta época acaba num bom plano, já que o Benfica vence mais uma Taça de Portugal, desta vez derrotando o Sporting por 3-1.
Na época seguinte, nova má classificação no campeonato (3º lugar) e nova presença no Jamor, mas desta vez para perder a Taça para o Boavista por 2-3.
Nas modalidades, destaca-se o Basquetebol que tem um período de ouro, entre 1985 e 1995, em que conquista 10 campeonatos em 11 possíveis (7 deles de forma consecutiva), o Hóquei em Patins com 5 campeonatos e 1 Taça CERS, e o ciclismo, com o Benfica a vencer a Volta a Portugal de 1999, por equipas e individual (David Plaza).
O novo milenium. Se a década de 1990 tinha terminado mal, a nova não começou muito melhor. 2000/01 é talvez a pior época da História do clube, já que o Benfica termina o campeonato num inacreditável 6º lugar. E no ano seguinte não faz muito melhor, ficando-se pela 4ª posição.
Mas em 2002/03 o Benfica recupera, subindo para a 2ª posição, o que repete em 2003/04, sendo que esta época (que é a do centenário) marca o regresso do Benfica às conquistas: a Taça de Portugal é conquistada com uma vitória por 2-1, no prolongamento, sobre o FC Porto. Esta época fica marcada também pela inauguração de um novo estádio da Luz, com capacidade para 65 000 pessoas e pelo triste falecimento de Miklós Fehér, enquanto envergava a camisola do clube.
2004/05 traz o título de campeão novamente para a Luz. Num título disputado até ao fim, uma vitória sobre o Sporting na penúltima jornada garante praticamente o 31.º Campeonato.
Contudo, nas três épocas seguintes o Benfica, conquistando apenas a Supertaça Cândido de Oliveira em 2005/06, somando classificações no Campeonato além dos dois primeiros lugares: 3.º lugar em 05/06, 3.º lugar em 06/07 e 4.º lugar em 07/08.
Nas modalidades, destacou-se primeiro o hóquei em patins, com várias conquistas e grandes exibições, liderados por Panchito Velásquez e mais recentemente o futsal que, fundado em 2001, soma 4 campeonatos nacionais desde a sua existência.

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